18 dezembro 2006

Devaneios

Passeio pela cidade observando tudo o que me rodeia, reparo nos detalhes, nas transformações, que ela, a cidade, sofre, com o decorrer dos anos. Desde pequeno, dizia a minha mãe, que eu era um "cabeça no ar" e que andava sempre distraído. Era um sonhador, tudo o que observava permitia-me sonhar e viajar, sonhos que ainda mantenho contudo, com um ponto de vista adequado à evolução dos tempos.
Deambulo pelas ruas e reparo na indiferença das pessoas quando passam por monumentos e avenidas, como a Avenida dos Aliados, plena de vazio, equiparada às grandes praças das cidades europeias (saudoso da típica calçada portuguesa), com uma grande diferença. Ao contrário das outras praças, esta continua com carros, autocarros (ruído e poluição). Parece-me que enquanto existir tráfego automóvel naquela zona, a noção "cartão de visita", enquanto ponto de referência que caracteriza o centro da cidade, ficará desvirtuado. Será essa indiferença resultante do reboliço do dia-a-dia dos portuenses ou deve-se à forma como são geridos os destinos da cidade?
E o túnel de Ceuta, após tanta polémica envolta na sua construção, veio afinal servir para que fim? Os engarrafamentos, naquela zona, dos autocarros( por exemplo) persistem provocando longos atrasos. Não era suposto os carros transitarem pelo túnel de forma a descongestionar o tráfego dos transportes públicos?!
E a rotunda da Boavista, quando cai a noite, atrai todos menos o "amigo" que se esconde na escuridão à espera de um vizinho para sacar o que lhe é "alheio".
Por esses e por outros motivos é preferível captar momentos, como o ilustrado, e manter a "cabeça no ar".

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