No dia que o povo português celebra 33 anos de democracia e fim da ditadura, o Porto recebe José Maria Aznar no seu mais belo e esplendoroso palácio da Bolsa.
Aznar foi o 4º chefe do Governo Espanhol, após a constituição de 1978, governou durante cerca de uma década o país que todos os portugueses invejam. Espanha é actualmente uma das grandes potências mundiais, é o país vizinho, o país “irmão”. Será este “irmão” bom recebedor de emigrantes, serão os portugueses bem recebidos para trabalhar em Espanha? Quero acreditar que sim, pelo que ouço dizer de amigos que foram para a Galiza, “nuestros hermanos” recebem-nos bem e a vive-se uma vida pacata.
Quanto à vinda de Aznar, confesso que não ouvi atentamente o seu discurso – “Democracia e Liberdade no séc. XXI” - não foi possível, o seu staff deu indicações muito restritivas à imprensa. Começaram por anunciar que o antigo líder Espanhol não prestaria qualquer declaração (as televisões abandonaram o local). E os fotógrafos podiam apenas fotografar por uns momentos no início, tendo de abandonar a sala logo de seguida.
Destaco aqui a importância do factor "equipa" em reportagem (redactor mais fotógrafo). Como diz e bem o fotojornalista Fernando Veludo, "em muitas ocasiões o fotógrafo tem de estar atento ao momento, à imagem que vai fazer. Não é possivel estar com esse cuidado e preocupado em tomar apontamentos para redigir o artigo."
O homem que escapou ileso a um atentado da ETA, apoiava veemente as politicas de Bush e abandonou o poder, após o fatídico 11 de Março. É hoje membro do conselho de administração da News Corporation, vasto império dos media liderado pelo magnata Rupert Murdoch. Tendo reconhecido publicamente, em Fevereiro de 2007, que afinal "não havia armas de destruição maciça no Iraque".
Foto: ©Manuel Ribeiro