Certo e sabido
que a revolução de Abril foi um acontecimento positivo para Portugal. Contudo,
a situação frágil que se encontra atualmente o Estado leva muitos a questionar:
Terá mesmo valido a pena? Fernando Pessoa dizia " Tudo vale a pena quando
a alma não é pequena". Mas, de que tamanho esta atualmente o estado da Alma
Portuguesa?
A minha mãe
dizia, quando era pequeno, que "naquela altura, antes do 25 de Abril, havia muita pobreza,
passava-se muita fome" contava-me estórias de medo e repressão, "era
a PIDE" descrevia, "preciso ter muito cuidado com o que se falava em público".
Dizia-me que por vezes desapareciam pessoas "nunca mais se lhe punham a
vista em cima". Teriam sido capturados e levados para os calabouços?
Ou talvez, teriam passado para "o outro lado" e, de forma
clandestina, "fugiam para França".
O panorama do
país em 1940, em plena ditadura, mostra um "Estado forte e
disciplinado". Mostra riqueza, segurança e tranquilidade.
Os jovens têm dificuldade em encontrar trabalho remunerado. As notícias que me chegam de Portugal lembram-me as estórias da minha mãe, lembra a pobreza e fome que as pessoas passavam quando ela era jovem. Não há trabalho, os miúdos saem da universidade diretamente para o desemprego. O Estado não gera receita, a privatização das grandes empresas nacionais terão sido a machadada final.
Não tenho qualquer ideologia política e quando tenho de tomar uma posição será sempre a do cidadão. Hoje recordo as palavras de Manuela Ferreira Leite quando metaforizou que a solução para as finanças seria “parar por 6 meses e recomeçar tudo de novo”. Impossível claro mas nas suas palavras, ironia ou não, encontro hoje algum fundo de verdade. Foi criticada e acusada, mais tarde afastada.
De facto Portugal precisa de um saneamento geral, seja político, seja social, precisa de “limpeza”. Começar por seguir exemplos de outras nações como a Islândia que passaram por crises profundas e lentamente estão a recuperar, o país tem de tomar o seu próprio rumo. Precisa de uma nova revolução?
É preciso aumentar o ego e a confiança nos portugueses. É preciso acreditar sobretudo no grande valor desta nova geração, a minha geração. Enquanto os “Velhos do Restelo” la estiverem não haverá espaço nem lugar para criar e sonhar.
É hora de mudar, é hora de “cair da cadeira” e devolver a quem demonstra vontade para fazer de novo Portugal um pais apetecível para se viver.
Por isso Abril a ti de digo, sai à rua sempre, não te cales nunca!